domingo, 3 de janeiro de 2010

O Nascimento de uma Nova Consciência

O Nascimento de uma Nova Consciência
A proximidade do Natal com o Ano-Novo favorece um trabalho de renovação interior, no qual podemos desenvolver a humildade fundamental para nos livrarmos das armadilhas do ego.
Por Carlos Cardoso Aveline

Um breve momento
 é resultado, e semente, de processos imensamente longos. Segundo a filosofia esotérica, também cada ano que passa é um resumo de toda a nossa vida. Por isso, o último mês do ano é um tempo ideal para refletir sobre nossas vitórias e dificuldades, fazer um balanço e renovar a decisão de viver de maneira sábia.
O tempo é circular.
 Tudo o que ocorre ao longo dele é cíclico. Cada final traz um novo começo, e o modo como terminamos um ano das nossas vidas ajuda a definir como será, para nós, o ano seguinte.

As quatro estações do ano correspondem de certo modo às quatro grandes etapas de uma vida humana. A segunda metade do inverno é a infância, que prepara a primavera da juventude. Por enquanto, tudo parece ajudar o nosso desenvolvimento pessoal: somos protegidos e educados, e as tendências da natureza conspiram a nosso favor. Já no verão, que corresponde ao período que vai da juventude à meia-idade, se dão os grandes desafios e as principais realizações. Depois vem o outono, a primeira parte da velhice, quando é hora de recolher-se ao fundamental e de substituir – com a sabedoria acumulada nas épocas anteriores – a força que falha cada dia mais. O ciclo termina com a primeira metade do inverno, a parte final da velhice. Esta é a época da grande renúncia, da travessia de volta para o todo universal, de onde um dia viemos e de onde, no futuro, poderemos emergir novamente para uma outra primavera, sem nada lembrar do ciclo anterior.
O que permite distinguir as quatro diferentes estações é o ciclo anual da distribuição da energia solar. O Sol é a grande fonte de vida material e espiritual em nosso planeta. O futuro de cada força vital depende diretamente da sua relação com ele. Muito mais do que uma estrela física, o Sol é na verdade o logos solar, a fonte espiritual de tudo o que ocorre em cada um dos seus planetas. Assim, o ciclo da luz solar em nosso planeta também constitui um mapa que assinala a longa jornada de cada alma humana, com seus períodos de expansão e retração, crescimento e decadência, morte e ressurreição.
“O ano místico”, escreveu o teosofista Gottfried de Purucker, “contém quatro pontos sazonais, e estas quatro estações, em seu ciclo, simbolizam os principais eventos no progresso da alma imortal ao longo do caminho iniciático (de expansão da sabedoria). Primeiro, o solstício do inverno, que é chamado de Grande Nascimento e ocorre quando o aspirante faz com que nasça Deus dentro de si, e pelo menos durante algum tempo se mantém em unidade com o mundo divino em consciência e em sentimentos. Esse é o nascimento do Buda interior, que surge do esplendor espiritual do sol, ou o nascimento do Cristo místico” (The Four Sacred Seasons, Gottfried de Purucker, Theosophical University Press, Califórnia, EUA, pp. 42 a 45 e 73 e seguintes. Veja também o Dictionary of All Scriptures & Myths, G. A. Gaskell, Gramercy Books, Nova York, EUA).

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